Sugestão de Leitura - Profª Cláudia Suzana

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Para o americano Tony Santora, vice-presidente da consultoria Right Management, as empreas terão de aprender a lidar com mais uma demanda: a vontade pessoal dos funcionários. Só assim vão reter seus talentos
Eliza Tozzi (undefined)
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15/10/2010
O americano Tony Santora, vice-presidente executivo da Right Management, consultoria de recursos humanos, com escritório em São Paulo, é um estudioso das tendências do trabalho. Para ele, o ambiente de negócios será cada vez mais colaborativo e os líderes se tornarão peças fundamentais para unir os valores pessoais dos funcionários à cultura da empresa. "A vontade individual será preponderante", diz o executivo, que esteve no Brasil em agosto. Na entrevista a seguir, Tony explica como os profissionais e as empresas terão de agir para ser bem-sucedidos no futuro.
Nunca os profissionais tiveram tanta facilidade para trocar ideias e informações. Como isso muda a maneira de encarar o trabalho?
Hoje há mais espaço para escolhas pessoais. Os escritórios são uma mistura de gerações, o que cria uma variedade de motivações e de preferências e aumenta o domínio da vontade individual. Os profissionais não fi cam mais fazendo tarefas repetidamente sem pensar sobre o ato. Eles querem exercer a criatividade e participar da produção de conhecimento no setor em que atuam. O que conta, e contará no futuro, é o modo como o profissional se envolve com os projetos que desenvolve. É uma valorização individual.
O senhor considera que as pessoas estão assumindo o controle de suas carreiras mais efetivamente?
Sim, as pessoas estão dispostas a estudar mais e a desenvolver novas habilidades e buscam isso, primeiro, dentro das empresas, que precisam oferecer treinamentos para cada área e mapear quais são os anseios de seu quadro de funcionários. O que vejo é que os profissionais estão cada vez mais proativos e antenados, querendo entender qual será a próxima tendência nos seus setores.
Quais serão as competências que realmente farão a diferença?
Quem se desenvolve apenas tecnicamente está perdendo oportunidades. As empresas querem gente que se engaje com a cultura da organização e que transmita motivação aos outros. Neste ano, a Right Management fez uma pesquisa com 800 presidentes de empresas para entender quais habilidades eles consideram determinantes para crescer na carreira. Descobrimos que precisam ter: engajamento com a cultura da empresa, competências interpessoais e capacidade de crítica. Os funcionários precisam, assim que entram numa companhia, absorver a cultura daquele local, entender quais são as metas, criar um time e absorver os valores — isso fica muito mais fácil quando os valores da companhia são parecidos com os valores pessoais do profissional. Só assim há engajamento verdadeiro.
De que maneira as novas mídias interferem na escolha de uma empresa por um profissional?
A tecnologia aumenta a velocidade com que temos acesso às informações e isso faz com que os indivíduos tenham plenos poderes para escolher onde querem trabalhar. Hoje há muita transparência. Os profissionais já entram num processo seletivo com grande conhecimento prévio. Isso facilita a escolha porque as pessoas comparam os valores da companhia com os próprios valores e descobrem quais são os desafios e os problemas que terão de enfrentar. E para a empresa isso também é positivo, porque a transparência já cria um vínculo de confiança entre a empresa e o profissional que almeja a vaga.
O empreendedorismo é a resposta para quem está insatisfeito com as regras das grandes corporações?
O empreendedorismo não é para todos. Cada profissional precisa analisar se tem o perfil de um empreendedor. O ano de 2009 foi marcado pela crise e pela explosão de start ups nos Estados Unidos. Foi o maior nível de abertura de novas empresas desde 1995. A recessão provocou uma revisão dos interesses individuais e muitos viram no negócio próprio uma oportunidade para se reinventar. As companhias também estão tentando inovar e agora recrutam profissionais com espírito empreendedor. Quem tem esse perfil está em alta: pode tanto crescer num negócio próprio quanto numa companhia.
Qual é o perfil de liderança mais adequado para gerir pessoas num ambiente de trabalho mais dinâmico e colaborativo?
Para a próxima geração de líderes, as seguintes competências serão fundamentais: adaptabilidade cultural, espírito inovador, desenvoltura para transitar globalmente, perspicácia financeira, facilidade para se comunicar e, finalmente, habilidade para tomar decisões estratégicas com rapidez. Conhecimento financeiro é muito importante, porque é preciso saber como tornar a empresa estável. Isso faz parte do conhecimento estratégico de um líder.
O que os líderes precisam fazer para desenvolver os talentos de suas equipes e criar sucessores?
Líderes precisam ser parceiros. Os profissionais buscam chefes que consigam criar soluções individualizadas para suas necessidades. Saber que existe a possibilidade de desenvolvimento e de crescimento é o que atrai os funcionários hoje. Gestores que se dedicam a compreender o que é mais importante para cada integrante do seu time conseguem fazer com que todos entreguem resultados e se sintam reconhecidos pelo trabalho que realizam.
Como a liderança deve atuar para reter profissionais jovens?
Fizemos uma pesquisa com mais de 350 universitários americanos e descobrimos que 55%deles não esperam trabalhar numa empresa por mais de três anos. Além disso, eles têm grande ânsia por promoções: 59% querem subir de cargo em menos de três anos. Esses resultados revelam a vontade que os jovens têm de ser experientes mesmo sem ter alguns anos de prática. Os líderes devem estimular o crescimento desses jovens, seja atribuindo-lhes novas funções, seja indicando-os para programas de desenvolvimento na companhia. As empresas precisam lidar com esse assunto, é inevitável.
*Reportagem obtida através site:

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